Setor agropecuário do Rio Grande do Sul fatura R$ 7,92 bi na Expointer, a maior da América Latina

A 44ª edição da Expointer, a maior feira agropecuária da América Latina, encerrou no último domingo (3) com um resultado histórico: foram gerados R$ 7,92 bilhões em negócios, um aumento de 34% em relação à edição anterior, realizada em 2019. A feira, que ocorreu no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre, reuniu mais de 4 mil animais de diversas raças e espécies, além de expositores de máquinas, equipamentos, insumos, serviços e produtos da agricultura familiar.

O destaque da feira foi o setor de máquinas e implementos agrícolas, que movimentou R$ 4,12 bilhões, um crescimento de 51% em relação à última edição. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers), Claudio Bier, o resultado reflete o bom momento do agronegócio, que vem batendo recordes de produção e exportação, e a demanda dos produtores por tecnologia e inovação. "A Expointer é uma vitrine para o setor, que mostra a sua capacidade de atender às necessidades dos agricultores e pecuaristas, com máquinas e equipamentos de alta performance, eficiência energética e sustentabilidade", afirmou.
Outro setor que teve um desempenho expressivo foi o de animais, que registrou R$ 32,8 milhões em vendas, um aumento de 25% em relação à edição anterior. O leilão mais valorizado foi o de bovinos da raça Angus, que arrecadou R$ 4,6 milhões, com uma média de R$ 24,7 mil por animal. O exemplar mais caro foi uma fêmea da raça Braford, vendida por R$ 228 mil. Além dos bovinos, a feira também comercializou equinos, ovinos, caprinos, suínos, aves, coelhos e peixes.

A Expointer também foi uma oportunidade para os pequenos produtores rurais mostrarem a sua diversidade e qualidade. A agricultura familiar foi responsável por R$ 4,1 milhões em vendas, um crescimento de 8% em relação à última edição. Entre os produtos mais vendidos, estavam queijos, salames, doces, cachaças, vinhos, sucos, mel, pães, bolos, biscoitos, flores, plantas e artesanatos. A feira também contou com uma área dedicada à agroindústria familiar, onde os visitantes puderam degustar e comprar produtos típicos da culinária gaúcha, como o churrasco, o chimarrão e o arroz carreteiro.

A Expointer 2024 também foi marcada pela retomada da presença do público, após a edição de 2020 ter sido cancelada devido à pandemia de Covid-19. A feira seguiu todos os protocolos sanitários exigidos pelas autoridades de saúde, como o uso obrigatório de máscara, a aferição de temperatura, o distanciamento social e a limitação de 15 mil pessoas por dia no parque. Mesmo assim, a feira recebeu cerca de 135 mil visitantes durante os nove dias de evento, um número considerado satisfatório pelos organizadores.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que participou da cerimônia de encerramento da feira, destacou a importância da Expointer para a economia e a cultura do estado. "A Expointer é uma demonstração da força do nosso agronegócio, que é um dos pilares do desenvolvimento do Rio Grande do Sul e do Brasil. É também uma celebração da nossa identidade, da nossa tradição, da nossa diversidade. É uma feira que nos enche de orgulho e de esperança, especialmente neste momento de superação da pandemia", disse.

A próxima edição da Expointer está prevista para ocorrer entre os dias 24 de agosto e 1º de setembro de 2025, no mesmo local. Os organizadores esperam que a feira possa voltar ao seu formato normal, sem restrições de público e com a participação de expositores e visitantes de outros estados e países. A Expointer é uma realização da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, em parceria com a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), a Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs) e o Simers.