A proposta norte-americana que solicitava um "cessar-fogo imediato e duradouro" em Gaza foi obstruída por Rússia e China na Assembleia de Segurança da ONU, nesta sexta-feira (22).
O projeto obteve 11 votos positivos, três negativos e um voto de abstenção.
Devido ao status de membros permanentes do Conselho de Rússia e China, seus votos desfavoráveis barram automaticamente a ratificação da proposta.
A Argélia também se posicionou contra, enquanto a Guiana se absteve. França, Reino Unido, Estados Unidos, Equador, Japão, Malta, Moçambique, Coreia do Sul, Serra Leoa, Eslovênia e Suíça foram favoráveis à iniciativa.
A resolução, que foi objeto de trabalho dos EUA por semanas, convocava a um "cessar-fogo imediato e duradouro [...] em prol da liberação de todos os cativos remanescentes".
O documento também endossava as negociações intermediadas pelos EUA, Egito e Catar para um armistício e ressaltava o suporte ao uso desse intervalo pacífico para redobrar os esforços visando uma "paz permanente".
Nate Evans, representante da missão dos EUA na ONU, declarou na quinta-feira que a resolução era fruto de "diversas rodadas de diálogo" com os 15 integrantes do grupo.
A sugestão da resolução indicou uma nova rigidez da postura de Washington em relação a Israel.
No começo do conflito, que persiste por cinco meses, os EUA resistiam ao termo "cessar-fogo" e rejeitaram propostas antecedentes que incluíam pedidos por uma trégua imediata.
A embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, por exemplo, após recusar uma resolução da Argélia no fim de fevereiro, argumentou que um armistício "poderia comprometer negociações delicadas".